Educação a distância: futuro da educação no Brasil?


Com base nos textos motivadores abaixo, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema em questão. Lembre de apresentar uma proposta de intervenção e de respeitar os direitos humanos.


Texto 1

As vantagens e desvantagens da educação à distância


Pavlos Dias, gerente da Blackboard, fala sobre comportamentos que fazem o aluno de EAD se destacar no mercado de trabalho

São Paulo – Foco, disciplina, responsabilidade e liderança. Essas são algumas das competências que a maioria dos empregadores procura em profissionais qualificados. Mas como o trabalhador adquire essas características? Para Pavlos Dias, gerente nacional da empresa Blackboard Brasil, esses comportamentos são percebidos em alunos que passaram por educação à distância, ou seja: cursaram uma graduação online. 

Pavlos acredita que as universidades presenciais pecam ao destacar em sala de aula a teoria, muitas vezes deixando de lado a prática e não preparando o aluno para o mercado de trabalho que ele irá enfrentar. Já um curso à distância, na opinião dele, faz com que o estudante ganhe maturidade para se organizar e solucionar seus próprios problemas, o que o deixa mais apto para o mundo corporativo.

A Educação à Distância no Brasil, conhecida como EAD, tem crescido cada vez mais nos últimos tempos, totalizando, segundo um levantamento de 2014 realizado pela ABED (Associação Brasileira de Educação à Distância), 1 840 cursos regulamentados e oferecidos por 48% das instituições que adotaram o método.

Em entrevista exclusiva à Você S/A, Pavlos Dias explicou um pouco mais sobre a educação à distância, realizando uma breve comparação com os cursos presenciais.

Como o curso faz para desenvolver as competências desejadas pelo mercado?Pavlos: A estratégia utilizada varia de instituição para instituição, cada curso faz da sua maneira. Há diferentes tipos de curso, como, por exemplo, os que são focados em tecnologia. Existem diversas variáveis que influenciam no desenvolvimento das competências. O próprio processo faz com que o aluno desenvolva as características necessárias para o mercado. A própria natureza do estudo online realiza o desenvolvimento das competências. O aluno vai desenvolvendo o foco e a disciplina ao recorrer do curso.

Qual a diferença mais marcante entre o curso à distância e o presencial?

Pavlos: O presencial está mais próximo do aluno, então o professor consegue enxergar se o aluno está conseguindo entender, ver ali no olho dele se ele está acompanhando o conteúdo. Já o à distancia é diferente no método de monitoramento. O aluno passa a ser o agente central, a decidir quando vai estudar, como e quando vai entregar o trabalho. O aluno acaba sendo mais autônomo e desenvolvendo isso de maneira mais forte. Só essa diferença já faz com que se destaque o aluno do curso à distância. 

O que leva o estudante a optar por um curso online no lugar de um presencial?Pavlos: A escolha pelo online está mais ligada a outros fatores do que a ser organizado em si: a disponibilidade de horário, a questão financeira, onde o aluno mora… Isso tudo pesa muito mais na decisão do aluno, que pode migrar para a presencial ou sair do curso online por não se adaptar ao modelo.

Realizar um curso à distância não atrapalha no desenvolvimento de uma rede de contatos da área para o futuro? Como o aluno cria um networking?

Pavlos: Os ambientes presenciais e online são diferentes.  Eu acredito que muda um pouco a maneira de se relacionar, o estudante tem que se adaptar a outro modelo, mas a gente têm muitas ferramentas que facilitam isso, como os grupos no WhatsApp e outras redes sociais. Independentemente de serem colegas ou não, os alunos passam 24 horas conectados uns com os outros. E hoje no Brasil são poucos os cursos que são cem por cento à distância, eles ainda se encontram com os colegas. Não é oito ou oitenta, há o contato físico, encontros mensais ou semanais. Os próprios cursos que oferecem esses encontros, sempre há algum componente presencial.

Como o mercado de trabalho vê o profissional que realizou um curso à distância ao invés de um presencial?

Pavlos: A educação à distância no Brasil é relativamente nova. Se a gente olhar para trás, tem toda uma história do ensino superior crescendo desde os anos 1970. Depois de uma segunda onda de crescimento na educação, surgiu o EAD nos últimos 10 anos. Quando você olha como isso é novo, é normal ter certa resistência. Mas isso caiu, hoje em dia é cada vez menor. É muito comum uma instituição não perguntar como foi o curso, presencial ou online, mas o próprio aluno acaba revelando isso. É mais relevante mostrar o que o profissional sabe, as técnicas do que o curso que ele realizou. As empresas não estão mais preocupadas em como os alunos realizaram os cursos, e estão mais abertas para receber esses alunos. Hoje cada dia mais a gente vê o sucesso desses alunos e do seu processo de aprendizado.

Fonte: https://exame.abril.com.br/carreira/as-vantagens-e-desvantagens-da-educacao-a-distancia/

Texto 2

Proposta que permite 40% do ensino médio à distância causa polêmica

MEC informa que é contra e nega ter encaminhado sugestão sobre o tema

Conforme revelou o jornal "Folha de S.Paulo", a sugestão foi apresentada pelo conselheiro Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti, relator da Comissão do Ensino Médio do CNE, comissão responsável por elaborar a revisão das Diretrizes Curriculares, adaptando-as à nova legislação do ensino médio. A proposta também já teria sido apresentada à Câmara de Educação Básica do mesmo Conselho.

Segundo o presidente do CNE, Eduardo Deschamps, a discussão ainda é preliminar e não há consenso entre os conselheiros do órgão sobre qual seria a porcentagem adequada permitida para o ensino médio à distância. Deschamps afirmou ainda que a sugestão não foi proposta pelo governo federal e segundo ele, apenas o Secretário de Educação Básica do Ministério da Educação, Rossieli Soares da Silva, foi consultado. Rossieli também é membro do CNE.

— Não é uma proposta do governo. O CNE não recebeu nenhuma proposta do governo no caso do ensino médio. A proposta que está sendo discutida, que foi elaborada pelo conselheiro Lucchesi, que é relator da comissão, tem como objetivo fazer adaptações, com vistas à nova legislação do ensino médio — disse Deschamps.

A proposta foi duramente criticada pelo Conselho de Secretários Estaduais de Educação (Consed). Idilvan Alencar, presidente do Consed e secretário de Educação do Ceará, classificou a sugestão como um "desrespeitosa" e disse que a mudança, caso seja aprovada, irá precarizar sobretudo a educação pública.

— Nessa etapa da educação é necessário e importante a presença de um professor na vida do estudante. Essa proposta é desrespeitosa e desconsidera as diversas realidades do país. E isso vai precarizar sobretudo a educação pública — defendeu o presidente do Consed.

Idilvan manifestou descontentamento com o fato do Consed não estar sendo consultado e disse que é "radicalmente" contra a proposta:

— Se for aprovada, quem vai executar isso somos nós, secretários de educação. Por que não estamos sendo consultados? Eu, como secretário e como presidente do Consed sou radicalmente contra essa proposta — conclui Idilvan.

Procurado, o ministério da Educação (MEC) disse que discorda dessa proposta que está em discussão e afirmou que não encaminhou nenhuma sugestão ao CNE sobre o tema. O MEC afirmou ainda que o texto das Diretrizes Nacionais Curriculares do Ensino Médio ainda é objeto de discussão no Conselho Nacional de Educação, órgão responsável pela definição e aprovação, e que não há prazo para terminar a discussão, que ainda passará por audiência pública antes de ser homologada ou não pelo ministro da Educação.




Texto 3



Ministério da Educação diz que é contra plano para ofertar 40% do Ensino Médio a distância


Pasta nega que tenha encaminhado sugestões para o documento que está em discussão no Conselho Nacional de Educação (CNE)


O Ministério da Educação (MEC) afirmou nesta terça-feira (20), por meio de nota, que discorda da proposta de atualização das Diretrizes Curriculares do Ensino Médio, que prevê a oferta de até 40% da carga horária com ensino a distância. Para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), o documento apresentado no começo do mês no Conselho Nacional de Educação (CNE), propõe 100% das atividades fora da escola.


Reportagem publicada hoje no jornal Folha de S.Paulo aponta que o texto foi debatido com integrantes do Ministério da Educação. Na nota, o MEC negou participação na construção das novas diretrizes. "O MEC não encaminhou nenhuma sugestão ao Órgão e discorda dessa proposta que está em discussão".


Em entrevista à Folha, o ministro Mendonça Filho disse que, caso aprovada no CNE, a resolução será vetada pelo governo.


— O governo não quer isso, não foi discutido no MEC. Não concordo e não passará — afirmou.


Segundo GaúchaZH apurou, o documento foi apresentado aos 12 conselheiros que integram a Câmara de Educação Básica do CNE no dia 6 de março pelo presidente do órgão e secretário estadual de Educação de Santa Catarina, Eduardo Deschamps, e pelo diretor do Senai Rafael Lucchesi, relator da proposta. O secretário de Educação Básica do MEC, Rossieli Silva, participou da discussão.


A proposta diz que as atividades a distância poderão contemplar até 40% da carga horária total do Ensino Médio e incidir tanto na parte comum como na flexível do currículo. Pela reforma do Ensino Médio, 60% do tempo será destinado à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o restante será dividido em cinco itinerários formativos que o estudante supostamente poderá optar: linguagens, ciências humanas, ciências da natureza, matemática e formação técnica profissional. Assim, toda a parte flexível poderia ser preenchida por atividades fora das escolas.


A oferta da educação a distância já estava prevista na lei que instituiu a reforma do Ensino Médio, sancionada em fevereiro do ano passado. A diferença é que as diretrizes em análise no CNE regulamentam a carga horária para essas atividades.


Para entrar em vigor, as mudanças precisariam ser aprovadas no Conselho Nacional e, depois, homologadas pelo Ministério da Educação.

Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/educacao-e-emprego/noticia/2018/03/ministerio-da-educacao-diz-que-e-contra-plano-para-ofertar-40-do-ensino-medio-a-distancia-cjezz8ofn04pm01r49jzby1u1.html

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